O trabalho estruturado em 10 comissões focadas em temáticas importantes para a área, como a de Desportos, coordenada por Luiz Lima (PSL-RJ). Salários baixos afastam profissionais da educação
Entre as prioridades da comissão está a de discutir e consolidar os principais desafios da Política Nacional do Esporte, com ênfase no desporto escolar, com o propósito de criar um sistema de diretrizes nacionais do desporto escolar, inspirado no modelo do Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Dentro desse contexto, estão previstos o mapeamento de projetos de lei existentes no Congresso; a busca por experiências exitosas no Brasil e no mundo; e a interlocução com entidades sobre a temática.
Outra meta da comissão é levantar dados para conhecer a experiência do Ginásio Experimental Olímpico, no Rio de Janeiro, e discutir com a rede federal de ensino a ampliação do número de escolas em tempo integral com vocação para o esporte; criar um observatório de implementação da Unidade Temática de Educação Física da BNCC em todas as escolas do país, que inclui a identificação de experiências positivas, pesquisas e monitoramento; e elevar o patamar da Educação Esportiva dentro do universo escolar como ferramenta do desenvolvimento integral do aluno.
Pergunta: O que a Educação representou em sua trajetória pessoal?
Luiz: Minha escolaridade aconteceu no Rio de Janeiro e eu destaco o Colégio Marista de São José e o Colégio Princesa Isabel nesse período. Em função da natação, eu tive a oportunidade de conhecer muitos países e, por isso, tenho o esporte como um pilar da Educação. Já minha Educação universitária foi realizada na Universidade Estácio de Sá, em Educação Física. Apesar de ter uma formação esportiva ao longo da vida, a Educação Física foi muito importante porque abriu horizontes, aprendi a ensinar e a conhecer o corpo humano, com suas limitações e particularidades para que o indivíduo atinja equilíbrio emocional e mental.
Todos: Qual sua análise sobre a situação da Educação no Brasil?
Luiz: Apesar de falarmos o mesmo idioma e sermos unidos por uma República Federativa, não temos uma padronização da Educação e por isso há diferentes níveis de capacitação do estudante brasileiro. O Brasil tem municípios com dificuldade para oferecer qualidade de ensino e os salários dos professores são baixos, afastando profissionais capacitados. Há muita dificuldade de escrita e domínio de cálculos básicos de matemática, além de pouco conhecimento da história.
Todos: Quais são suas expectativas para os trabalhos da Frente Parlamentar Mista da Educação? Que benefícios ela pode trazer para a Educação?
Luiz: Acredito que nosso principal objetivo é garantir condições mínimas para que o cidadão brasileiro tenha acesso à Educação e Educação de qualidade. Que haja efetivamente a democratização do ensino, onde o filho do pobre e do rico tenham condições de ingressar numa universidade ou fazer um concurso em igualdade. É disso que temos de perseguir. O grande desafio da Frente é garantir o que diz a Constituição brasileira: que todos tenham acesso à Educação. Mas não só isso, como Educação de qualidade. Se possível, o sonho deve se estender mais ainda e incluir o esporte e a cultura como pilares da Educação. Não existe trabalho se o corpo não permitir que a mente esteja equilibrada e sadia. A Educação vai além do intelectual, o corpo precisa estar equilibrado para que intelectual também esteja.
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Todos: Você é coordenador da comissão de Desportos. Qual seu envolvimento com esse assunto e porque ele é importante para o País?
Luiz: Minha formação esportiva começou aos 4 anos de idade, tive a sorte e o privilégio de ter o esporte na escola e cheguei a atleta olímpico. Entre 2016 e 2017, fui secretário nacional de esportes de alto rendimento formado em licenciatura plena de Educação Física, com possibilidade de dar aula em escola. Países desenvolvidos, como EUA, Inglaterra, Austrália, Alemanha e Japão enxergam o esporte como pilar da Educação, pois veem a competição como algo saudável e as atividades física de corrida, salto, nado e luta como parte da história da humanidade. Portanto, a Educação Física deve estar presente desde o Ensino Básico até a Universidade. Um exemplo é o modelo americano, que valoriza e oferece bolsas de estudos aos melhores atletas de universidades. Diante de tudo isso, meu trabalho será para garantir que toda escola pública tenha ao menos um professor de Educação Física. Se chegarmos a isso, já é um grande passo para nos aproximarmos de uma Educação que valoriza o ser humano em sua plenitude.