O senador Jorginho Mello (PR-SC) é o vice-presidente de Educação Básica na Frente e destaca a necessidade de melhoria na infraestrutura para os docentes. Entre as metas da Vice-Presidência, está definir os projetos de lei prioritários que tramitam no Congresso nessa área, agilizar sua tramitação e buscar consenso para aprovação.
Além disso, a Vice-Presidência pretende fortalecer a educação integral na Educação Básica com a criação de políticas públicas para o estímulo da educação integral nas séries iniciais; e focar na gestão escolar por meio do acompanhamento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) e o monitoramento do Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
Leia a entrevista com o senador Jorginho Mello
Pergunta: O que a Educação representou em sua trajetória pessoal?
Jorginho: Em meus discursos, costumo sempre repetir a frase “não há avenida de desenvolvimento maior do que a Educação”, porque isso representa a razão de ter me tornado senador da República. Vim de família pobre, em Herval d’Oeste, de Santa Catarina, e quando eu era criança tinha de caminhar por 1 hora para chegar à escola. Meus pais, Oscar e Célia, sempre me incentivaram e cobravam que eu fosse um bom aluno. Não esmoreci, conciliei os estudos com o trabalho para ajudar dentro de casa e me formei no antigo Ensino Científico (um dos três itinerários que existiam no Brasil na década de 60).
Quando adulto, cursei Estudos Sociais. Tive uma carreira de sucesso e cheguei a ser diretor do Banco do Estado de Santa Catarina (BESC), mas ainda tinha o sonho de cursar Direito e, no final dos anos 80, passei no vestibular para a Univali. O tempo era escasso. Foram cinco anos conciliando carreira (no banco), família (dois filhos) e estudos, com muitas noites em claro, mas a missão foi cumprida e me tornei advogado. Quando fui eleito deputado estadual, relembrei de jovens que, como eu, queriam estudar, mas não tinham a oportunidade de pagar. Por isso, criei a Bolsa Jorginho, que fez com que o Governo do Estado concedesse vagas remanescentes a estudantes de baixa renda nas universidades catarinenses. Sempre recebo relatos de jovens que só conseguiram acessar ao Ensino Superior por causa desse projeto. Como senador da República, protocolei projeto de lei que autoriza cada Estado a criar uma loteria específica para a Educação. Como legislador, quero contribuir com ações para ver ainda mais jovens e adultos tendo a oportunidade de receber um diploma e escrever histórias de sucesso.
Pergunta: Qual a sua análise sobre a Educação no Brasil?
Jorginho: Infelizmente, há muito a melhorar ainda na Educação. Principalmente na infraestrutura de nossas escolas e nas dificuldades diárias dos nossos docentes para conseguir fazer com que os alunos aprendam e se mantenham atentos às aulas.
Pergunta: Quais são suas expectativas para os trabalhos da Frente Parlamentar Mista da Educação? Que benefícios ela pode trazer para a Educação?
Jorginho: Muitos. A Frente Parlamentar pode e tem a missão de fiscalizar os investimentos e as políticas públicas pensadas pelo Governo Federal para a Educação, além de se articular para a proposição de projetos de lei que beneficiem o setor.
