O tema alfabetização, uma das prioridades da Frente trabalhada na Comissão de Alfabetização e Ensino Fundamental, foi o foco da nona aula do programa de formação em políticas educacionais que aconteceu nesta sexta-feira (08/11).
A convidada Filomena Siqueira, coordenadora da área de Produção de Conhecimento e Avaliação do Instituto Natura, contextualizou o que conceitua e compõe o processo de compreensão do sistema alfabético e a capacidade de ler e escrever de maneira autônoma, discutindo como desenvolver outras habilidades a partir disso.
Ela abordou ainda a escala de proficiência em leitura e os resultados educacionais, sobretudo da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), que passou a integrar o Sistema de Avaliação da Educação Básica e foi realizada recentemente com estudantes do ensino fundamental. “Identificamos que há um gargalo muito latente da educação brasileira. Mais da metade das crianças não têm o nível esperado de proficiência em leitura e em matemática”, apontou.
Filomena lembrou ainda da experiência em regime de colaboração realizada, a exemplo da Fundação Lemann e Instituto Natura, que apoiam os estados para que consigam, em conjunto com municípios, garantir a conclusão da etapa da alfabetização. Ela apontou dois grandes gargalos, o primeiro em relação a clareza nas atribuições de cada ente, e o segundo em relação ao uso das avaliações e resultados de pesquisas.
“Temos um desafio que vai desde um nível macro,que é relacionado ao nosso desenho institucional, e um segundo grande gargalo é conseguirmos nos capacitar para utilizar as avaliações que já estamos fazendo de maneira mais consistente para utilizarmos os resultados para alimentar ações”, explicou.
Salientando a alfabetização como prioridade, a especialista lembrou que a alfabetização é ponto de partida para a trajetória escolar e para que o aluno possa desenvolver suas competências e outras habilidades, impactando no futuro.
“Quando essa etapa é prejudicada, estamos minando as possibilidades de desenvolvimento desse aluno ao longo da trajetória escolar e da sua vida. Temos diversos dados que mostram que entre as consequências o salário de uma pessoa com instrução e sem instrução é extremamente diferente”, finalizou.