Em seminário realizado na Câmara dos Deputados, parlamentares e especialistas discutiram propostas e metas que devem constar no texto com previsão de votação para o ano que vem

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em parceria com a Frente Parlamentar Mista da Educação, realizou, nesta terça-feira (10), um seminário para discutir os principais desafios e perspectivas do novo Plano Nacional de Educação (PNE), com foco na educação infantil, ensino médio e educação superior. A expectativa é que o texto seja votado pela Câmara dos Deputados no ano que vem.

O evento contou com a participação de diversos especialistas da área educacional, reafirmando o compromisso do Legislativo com o fortalecimento das políticas públicas educacionais. O deputado Rafael Brito (MDB/AL), presidente da Frente Parlamentar da Educação, enfatizou a necessidade de um PNE que enfrente os problemas reais da educação brasileira, destacando que nenhuma meta do plano anterior foi alcançada na educação básica.

“Precisamos de metas que reflitam as necessidades reais, com foco nos resultados educacionais e nas condições de aprendizado. Não podemos exigir desempenho de alunos que ainda enfrentam desafios como falta de água potável, merenda escolar ou infraestrutura básica. O novo PNE deve abordar essas questões para realmente transformar a educação no Brasil,” ressaltou Brito.

O presidente da Comissão de Educação, deputado Nikolas Ferreira (PL/MG), destacou a importância do PNE como um “divisor de águas” para a educação brasileira. “Precisamos de metas claras, mensuráveis e orientadas para resultados concretos, priorizando a educação básica e técnica e reconhecendo o papel essencial dos professores na transformação de vidas,” afirmou.

Também presente no evento, o deputado Átila Lira (PP/PI), vice-presidente da Comissão de Educação, falou da importância da universalização das creches. “É preciso buscar soluções em conjunto para garantir uma educação mais justa e acessível para todos,” destacou.

Beatriz Abuchaim, gerente de políticas públicas da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, reforçou a relevância da educação infantil como base para o desenvolvimento social e econômico do país. “Precisamos universalizar o acesso à pré-escola, para crianças de 4 a 5 anos de idade. Se a gente não melhorar, não der acesso, não qualificar a educação infantil no Brasil, a gente não vai se desenvolver como país. A educação infantil pode mudar nosso país e quebrar o ciclo de pobreza de uma geração para outra,” disse.

Na ocasião, Manoela Miranda, gerente de políticas públicas do Todos pela Educação, destacou a importância de metas bem planejadas e monitoráveis. “As metas devem equilibrar ambição e exequibilidade. Com base nos desafios reais, devemos ter metas com estratégias claras e estabelecer indicadores que permitam um monitoramento contínuo do PNE. O debate e a aprovação do novo PNE são urgentes e exigem essa prioridade”, lembrou.

O seminário foi estruturado em três painéis temáticos, que abordaram questões centrais do PNE:

• Painel I: Desafios e Perspectivas da Educação Infantil;
• Painel II: Ensino Médio e as Novas Diretrizes Educacionais;
• Painel III: Educação Superior e a Inserção no Mercado de Trabalho.

Cada painel reuniu especialistas e representantes de diferentes setores da educação. Os resultados das discussões irão subsidiar a construção do novo PNE, previsto para ser votado na Câmara dos Deputados no próximo ano. O evento reafirma o compromisso da Comissão de Educação e da Frente Parlamentar da Educação em trabalhar de forma integrada para garantir avanços significativos no sistema educacional brasileiro.