Durante reunião na Câmara nesta quarta-feira (5), a Frente Parlamentar da Primeira Infância discutiu com especialistas estratégias de promoção do direito ao brincar.
A presidente da IPA Brasil, organização sem fins lucrativos que defende o direito de crianças e adolescentes de livre acesso à cultura e ao lazer, Janine Dodge, lembrou que a criatividade, a solução de problemas, o pensamento crítico e o trabalho em equipe, fundamentais no mundo atual, são desenvolvidos através de brincadeiras condizentes com cada idade.
Ela destacou a necessidade de se conscientizar pais e professores sobre a importância das brincadeiras para que as crianças desenvolvam habilidades essenciais para a vida em sociedade.
“Tem a necessidade de se dar aos profissionais acesso a espaços razoáveis e de capacitação para que eles possam oferecer oportunidades adequadas para todos serem incluídos no brincar. Mas isso não se faz com os governos: nós devemos estar dispostos a falar e a levantar essa questão”.
Qualidade
Para a representante da Fundação Lego, Ana Maria Nieto, uma das preocupações em relação às crianças é justamente garantir um tempo para brincadeiras de qualidade. Segundo ela, para isso é preciso envolver todos os que estão ao redor da criança.
A representante do Ministério da Cidadania, Giselle Dupin, informou que existe desde 2018 o programa Criança Feliz, que envolve vários ministérios e trabalha em cinco frentes: assistência social, educação, direitos humanos, saúde e cultura – e que é justamente nesse último que entram as brincadeiras. Ela alerta que assistir à televisão não pode ser a única atividade de uma criança.
“É um trabalho de todos nós essa conscientização sobre a importância de dar um tempo dos aparelhos eletrônicos – seja televisão, tablet ou celular – para interagir com a criança no chão, na areia, na grama, em espaços abertos ou fechados, de a gente parar e brincar com essa criança”, disse.
A coordenadora da Frente Parlamentar da Primeira Infância, deputada Leandre (PV-PR), destacou a importância de discutir as brincadeiras, que ainda não são reconhecidas como importantes por grande parte da sociedade.
“Para nós, não é novidade o Marco Legal da Primeira Infância não ser conhecido no Brasil e a gente tem feito um trabalho de engajamento da sociedade justamente para levar ao conhecimento das pessoas. E agora, com o pacto nacional pela primeira infância e adesão do sistema de Justiça, eu tenho certeza absoluta de que a gente vai ter uma melhoria muito grande nessa questão”.
A Frente Parlamentar da Primeira Infância se reúne na próxima quarta-feira (12) em audiência pública para definir o plano de trabalho para este ano.
Fonte: Agência Câmara