Proposto pela Deputada Professora Dorinha Seabra, o ciclo de debates realizado na manhã de ontem (25 de setembro) na Câmara dos Deputados concentrou a discussão em torno do desporto nas escolas de tempo integral e implantação na Base Nacional Comum Curricular. Com mediação do Deputado Luiz Lima, coordenador da Comissão de Desportos da Frente, o debate contou com a presença da Ana Caroline Vieira, especialista em escolas vocacionadas para o esporte; e Luis Henrique Martins Vasquinho, especialista no componente de Educação Física da BNCC.
Segundo o Deputado Luiz Lima, a criança e o adolescente que pratica educação física e atividade esportiva tem um rendimento escolar e uma assiduidade na escola melhor se comparado com escolas do mesmo município e no mesmo setor. “O esporte e a educação são complementares e caminham juntos como pilares para uma formação completa e de qualidade. O esporte é de fundamenta importância no desenvolvimento social, físico, mental e é saúde. Hoje já observamos nos países desenvolvidos como Estados Unidos, Europa e Japão, que o desenvolvimento mental caminha junto. Chegamos a conclusão que o Brasil necessita abraçar o esporte na escola, e trazê-lo de forma democrática para que as crianças interessadas possam fazer também um auto processo educativo”, explicou.
Ana Caroline Vieira, do Instituto Trevo, contou sobre a experiência implementada através do Programa de Escolas Vocacionadas para o Esporte, que acontece desde 2012 em regiões distintas do Rio de Janeiro e atualmente mais de 1.600 alunos em cinco unidades escolares. O projeto tem o objetivo de desenvolver uma educação de qualidade, integrando com esporte no espaço escolar e gerando oportunidades para jovens com potencial e talento esportivo.
“No contexto brasileiro nós temos a educação física e a formação esportiva descolada do espaço escolar. A nossa proposta vem contribuir para que jovens com potencial e talentos esportivos possam desenvolver suas habilidades e ter acesso a uma educação de qualidade. Esse modelo trabalha com uma perspectiva de educação integral através de tripé que chamamos de aluno-atleta-cidadão, contemplando as dimensões esportiva, acadêmia e comportamental”, acrescentou ela.
Analisando um panorama do modelo por competências que insere a educação física na BNCC como oportunidade e desafio, Luis Henrique Martins Vasquinho defendeu a quebra da dicotomia entre corpo e mente, lembrando que a educação física ensina sobre movimento, mas dialoga também com questões socioemocionais, de saúde e qualidade de vida.
“A educação física era utilizada para promover equipes competitivas, então os alunos mais hábeis ou aptos participavam das equipes e outros ficavam de fora . Muita gente teve contato com essa educação física. Mas educação não pode segregar, é para todos. Nesse modelo atual o esporte continua na escola com outra visão completamente diferente, numa perspectiva inclusiva”, concluiu.
O Ciclo de debates foi transmitido ao vivo e está disponível integralmente pelo canal da Câmara no You Tube