Uma declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro, indignou os membros da Frente Parlamentar Mista de Educação (FPME). O chefe do executivo disse nessa segunda (15) que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começaram a ter a cara do governo. A frase mostrou, mais uma vez, a tentativa de interferência política na prova.
“A frase do presidente é uma assinatura de culpa, a prova que eles não têm a menor noção. O presidente comprovou o que estamos denunciando há meses, que há interferência política na prova do Enem”, disse o deputado Israel Batista (PV-DF), presidente da FPME.
Mediante a colocação de Bolsonaro, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados pretende convocar, ainda esta semana, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para prestar esclarecimentos sobre o pedido coletivo de exoneração de mais de 30 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O órgão é responsável tanto pelo Enem quanto pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Entre as principais reclamações dos funcionários estão assédio moral, situações de intimidação e despreparo na gestão da entidade.
O pedido de convocação deve ser votado nesta quarta-feira (17/11). Presidente da Comissão de Educação, na Câmara, a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) afirmou que o ministro Milton Ribeiro já se comprometeu a ir à sessão.