Quando o Brasil oferecer um ensino real, de acordo com as vivências do seu povo, o ensino técnico profissionalizante vai ser desenvolvido naturalmente. A fala é do professor e deputado Israel Batista (PV-DF), no quarto dia do Ciclo de Debates. Promovido pela Frente Parlamentar Mista de Educação (FPME) em parceria com a Associação Nacional de Educação Básica Híbrida (ANEBHI), o evento abordou o “Ensino Médio e Educação Profissional”. Na discussão, estiveram também o doutor em educação Fernando L. Prado, o mestre em educação Almerio M. Araújo e a coordenação de Ricardo Henriques.
De acordo com o doutor em educação Fernando L. Prado, investir em profissionais de ensino técnico e profissionalizante é um grande benefício para o Brasil. “Sem esse investimento continuaremos no mesmo lugar”, disse. Complementando, o mestre em educação Almerio M. Araújo explicou que é necessário estabelecer metas para aumentar o ensino médio técnico/profissional. “Mas para isso é preciso saber o comprometimento da Câmara Federal para que possamos atingir essa meta”, contemporizou.
Para o professor e deputado Israel Batista (PV-DF), o Ensino Médio no Brasil é completamente falido, pois não cumpre suas funções para a vida acadêmica, para a vida profissional ou para a cidadania. Segundo ele, somente 22% dos estudantes que concluíram o ensino, poucos seguem a vida acadêmica. “O Ensino Médio não cumpre para a vida acadêmica porque não há vagas para todos”, ressaltou.
A escola, da forma como está, não estimula o avanço tecnológico. “Nós estamos num momento em que a escola sofre uma erupção”, afirmou. De acordo com Israel, a escola é desinteressante, fazendo com que o estudante não consiga entender o motivo de frequentá-la. “Não consigo falar de ensino técnico sem falar de evasão escolar. Cada governante brasileiro colocou um tijolinho para chegarmos a esse cenário”, avaliou.
Mas como usar a agenda do ensino técnico profissionalizante no ensino híbrido para tornar o ambiente escolar mais atrativo e interessante para o aluno? Para o doutor em educação Fernando L. Prado, o mundo não quer mais saber de diplomas, mas o que a pessoa sabe fazer bem. “Para isso é preciso investimento, pois não é qualquer curso. É ampliar o acesso de forma eficiente. O aluno que está aprendendo não depreda escolas, não discute. O aluno só faz isso quando a escola é desinteressante e ele não está aprendendo”, enfatizou.
Como já foi dito nos outros dias do Ciclo de Debates, é preciso investir na qualificação do professor e prestar atenção no tempo de ensino e nas mudanças do mundo. A adaptação a essas mudanças é imprescindível para que a educação e o ensino se torne mais atrativo.
O Ciclo de Debates acontece durante toda a semana, até o dia 26, das 19h às 21h, com lives de autoridades e especialistas abordando temas educacionais que mobilizam a sociedade brasileira e a atuação do Congresso no apoio à educação básica. Acompanhe nas redes sociais da FPME e no youtube da Anebhi.
Frente Parlamentar Mista da Educação,
Brasília, 26 de fevereiro de 2021.