O presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME), deputado Professor Israel Batista (PV-DF), defendeu os servidores públicos da Educação após crítica do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante participação na manhã desta terça-feira (1º/6) na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Na Casa para explicar os cortes do orçamento destinado à educação, Guedes deu a entender que as despesas obrigatórias, como o pagamento de salários, dificultariam o repasse. Ele afirmou que quase metade do funcionalismo é composto por servidores do Ministério da Educação e chegou a questionar por que o Brasil mantinham números baixos na educação. “MEC tem quase metade do funcionalismo público federal. Mas por que estamos no último lugar do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes?”
Professor Israel Batista fez questão de rebater a fala do ministro. “O senhor dá a entender que, na sua visão, o fato do Brasil ter o maior número de servidores públicos na Educação, e ainda assim nós temos um desempenho ruim no Pisa. Percebo o senhor colocando mais um tijolinho numa narrativa de que as mazelas do Brasil são culpa dos servidores públicos”, destacou o presidente da FPME.
“Isso mostra uma falta de compreensão da realidade da educação brasileira. Sim, metade dos servidores são da área Educação, porque é uma atividade intensiva de mão de obra. Mas esses mesmos professores que compõem metade da força de trabalho são os mesmo que ficaram em primeiro lugar em desprestígio da profissão”, completou, citando a pesquisa Varkey Foundation que aponta o Brasil como o primeiro na desvalorização dos educadores.
O presidente da Frente também questionou Guedes sobre a queda no orçamento da Educação e lembrou que, como o ministro disse no início da apresentação, a decisão em relação aos recursos é política e, atualmente, o Congresso Nacional conta com uma base governista no Congresso. “Nós tivemos um corte na educação que é muito sério. Esses cortes são definidos pela política, mas é importante dizer que o Congresso Nacional tem maioria governista e quem está ditando é o presidente da República. Esse governo vai ser lembrado por ter optado por tudo, menos pela educação, que foi a que mais teve cortes”, afirmou.
Na ocasião, o ministro Paulo Guedes prometeu uma recomposição de R$ 1 bilhão para o MEC dos R$ 4,5 bilhões que serão desbloqueados do Orçamento de 2021 e acatou a crítica do Professor Israel Batista. “O deputado falou corretamente de que pode ser uma inferência que estou condenando o funcionalismo. Estou dizendo que é um paradoxo que precisa ser explicado”.